quinta-feira, outubro 27, 2005

O Caminho do Meio


"(...) Enquanto houver seres humanos nesta Terra haverá sempre desacordos e visões conflituosas. Podemos tomar isso por garantido. Se utilizarmos a violência para reduzir os desacordos e os conflitos, cada vez podemos esperar mais violência e creio que o resultado disso será terrível. Além do mais, na verdade é impossível eliminar os desacordos através da violência. A violência só serve para aumentar os ressentimentos e a insatisfação.
Não-violência, por sua vez, significa diálogo, significa usar a linguagem para comunicar. E diálogo significa compromisso: ouvir a opinião dos outros e respeitar os direitos dos outros num espírito de reconciliação. Ninguém sai cem por cento vencedor e ninguém sai cem por cento vencido.(...) Hoje em dia, à medida que o mundo se vai tornando cada vez mais pequeno, o conceito de ‘nós’ e de ‘eles’ praticamente passou de validade. Se os nossos interesses pudessem existir independentemente dos interesses dos outros, talvez fosse possível ganhar ou perder completamente, mas uma vez que, na realidade, todos nós dependemos uns dos outros, os nossos interesses e os dos outros estão consideravelmente interligados. Por isso, como pode alguém obter uma vitória a cem por cento? É impossível. Temos de partilhar; metade para cada lado (...) A realidade do mundo de hoje implica que temos de aprender a pensar deste modo. Esta é a base da minha abordagem das coisas - a abordagem do caminho do meio.(...)"
"O princípio da não-violência deve ser praticado por toda a parte. Ora, isso não se consegue se ficarmos simplesmente aqui sentados a rezar. Isso implica trabalho, esforço e mais esforço."
Dalai Lama (1996)