domingo, agosto 26, 2007

Em mim desencadeaste

Temo que o que em mim vive
Seja só em mim que exista
Que tudo aquilo que nos juntou
Se desfaça numa ínfima parte de nós;
A que nos move.

Ou serás tu afinal aquele que jamais reconhecerei…

À profunda pertença
À conduta ridícula
À minha pior insónia
À tua permanente presença
De nada lhes vale
Senão a diluição temporal.


Sinto reviverem em mim
Os delírios do escritor consagrado
A face obscura do músico inolvidável
E no entanto
Nada em mim encontro
De valor e memorável

Anita
(data desconhecida)